Motivação e Rota
Nesses feriados mais curtos eu e a Patricia sempre procuramos cicloviagens próximas de SP. Dessa vez programei uma contornando e cruzando o Parque Estadual Carlos Botelho. Nesse percurso passaríamos pelas seguintes cidades: Piedade (saída e chegada), Tapiraí, Juquiá, Registro (pernoite), Sete Barras, São Miguel Arcanjo (pernoite) e Pilar do Sul.
Faz algum tempo que tenho curiosidade passar pela estrada-parque, por saber que é uma bela subida, longa e constante.
Relato
Definimos que o ponto de saída seria a cidade de Piedade (7/9/2018), por ser mais próxima de São Paulo e por facilitar a distribuição de distâncias e altimetria. Foi 1:40 de viagem, com pouco trânsito. Em Piedade tivemos dificuldade para encontrar um lugar para estacionar, até que encontramos a Santa Casa e deixamos por lá (R$20 a diária).
Começamos a pedalar às 10 da manhã. Eu tinha programado irmos até Registro, uma distância de 120 km, com bastante descida. O ritmo foi de cicloturismo mesmo, parando para tirar fotos e conhecer os bares, lanchonetes e restaurantes do caminho.
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O primeiro trecho (35 km), até Tapiraí, tinha amplo acostamento e era de vegetação aberta. De Tapiraí até Juquiá (65 km) não tinha acostamento e tinha vegetação fechada de Mata Atlântica. O asfalto estava com bastante irregularidades, é preciso ter atenção na longa descida.
Durante a descida, paramos na Casa da Tapioca e na Cabeça da Anta para comer. Também saímos um pouco da rota e pegamos uma estrada de terra até a Cachoeira do Chá, vale a pena! Em Juquiá paramos para um lanche numa padaria e seguimos para a BR116 – Régis Bittencourt. Acostamento amplo e sujo… Até aí tudo bem, só que o barulho dos caminhões é estressante. Foram 30 km planos de Juquiá até Registro, até o Hotel Smart. No final deu 135 km de pedal, mais longo do que eu esperava e que a rota previa.
No segundo dia (8/9/2018), acordamos, tomamos café no hotel, aprontamos os alforjes e saímos. No hotel ficaram hospedados também um grupo de casais motociclistas, eles iam fazer o mesmo caminho que a gente (e encontramos muitos motociclistas em todo o trajeto).
Cruzamos o centro de Registro e vimos o quanto é tenso o centro logo pela manhã (fomos fechados por carros, um senhor quase foi atropelado em cima da faixa de pedestre com sinal vermelho, e assim foi). Logo pegamos a SP-139, rodovia que liga Registro a São Miguel Arcanjo, toda recapeada nos primeiros 45 km (sem acostamento) até começar os 37 km de bloquetes, no trecho do Parque Estadual Carlos Botelho. Antes da entrada do parque tem a cidade de Sete Barras, e alguns outros povoados, onde é possível conseguir comer ou comprar algo para o trecho do parque.
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O trecho de bloquetes que tínhamos mais curiosidade de conhecer. A subida Paraty-Cunha também tem esse tipo de calçamento (por ser ecológico). A estrada também é conhecida como Estrada da Macada, Serra da Macada ou Subida da Macaca. É uma longa subida, pelo menos uns 17 km, depois mais outros 20 km não tão fáceis também. O visual compensa! O Parque é cheio de trilhas e cachoeiras, quem sabe voltaremos para conhecer.
Não tem pontos para alimentação entre Ribeirão da Serra e a saída do Parque. Tivemos que comer banana salgada e pães de queijo (estava muito bom!). E na Vinícola Bonjour tivemos um excelente atendimento e nos serviram café, leite, pão e queijo (sonho dos esfomeados). Depois disso fomos direto para a Pousada Ponto Chic em São Miguel Paulista. Hora de descansar!
Procuramos restaurantes em São Miguel Arcanjo, sem muitas opções para um sábado a noite. A cidade não é turística, encontramos o Dom Café e tentamos encontrar o Empório Bom Jesus (o TripAdvisor nos mostrou o lugar errado).
Primeiro quero comentar sobre a hospitalidade da Pousada Ponto Chic, nos acolheram muito bem, guardaram nossas bikes e um café da manhã muito bom. Ciclistas são bem vindos e são frequentes. Continuem assim!O terceiro e último dia teve 81 km e quase 1500 metros de subida acumulada, não foi fácil e sem muitas fotos (a @pativolpatoque o diga!). E, com uma parada na metade do caminho para comer, em Pilar do Sul.O dia começou fresco e com céu limpo, promessa de dia quente, e assim foi. Com uns 20 km encontramos um grupo de ciclistas que estavam treinando para uma romaria entre Pilar do Sul e Aparecida. Estavam bem animados com o desafio! Batemos papo, pedalamos juntos por alguns quilômetros e eles seguiram por outra estrada (deveríamos ter ido junto).
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Esse trecho entre São Miguel e Pilar não tem acostamento e os carros correm muito, não foi muito legal, mas não tínhamos alternativa.Em Pilar paramos na padaria e comemos bem. Sempre bom conhecer lugares diferentes e ver a expressão de quem pergunta de onde estamos vindo e para onde vamos, com as nossas bicicletas.Tínhamos ainda 45 km até Piedade, um trecho com mais subidas ainda. A estrada estava mais calma, com visual bem legal e asfalto sem acostamento aproveitável. E, com frequência, afundamentos na pista que atrapalhava bastante.Os últimos 8 quilômetros foram só de descida, um alento para o dia quente e de escalada. Já na cidade, me atrapalhei um pouco para achar o estacionamento, faz parte (@pativolpato quase me bateu 😉 )Foram 318 km com 4860 metros de subida acumuladas em três dias. Nunca tinha pedalado em nenhuma das estradas. Um grande contraste de rodovias e paisagens. Sempre bom viajar de bicicleta!
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