Muita gente me pergunta sobre ciclocross, de onde veio essa nova “moda”, seria mais uma forma das marcas venderem mais bicicletas, e que loucura é essa de colocar “speed” em trilhas com barreiras. Resolvi dar uma pesquisada para saber melhor sobre as origens dessa categoria, e só confirmei o que já tinha lido: o negócio é antigo!

Dessa forma, traduzi as duas fontes que achei mais resumidas e interessantes: um da loja Primal do Reino Unido e a segunda do Wikipedia.

Por incrível que pareça o ciclocross não tem origem belga ou holandesa. O registro é que na França em 1902, quando um soldado francês chamado Daniel Gousseau organizou a primeira corrida do Campeonato Nacional Francês de Ciclocross. Corridas do Campeonato Nacional de Ciclocross começaram a surgir em outros países europeus como Bélgica, Luxemburgo, Espanha e Itália. No entanto, o ciclocross começou um pouco antes, em corridas locais em toda a França, riginalmente chamado de “Steeple Chasing”, em tradução livre, seria “Perseguição Inclinada”. Os ciclistas simplesmente pedalavam e corriam em direção a um marco local e o primeiro a chegar venceria, mesmo que isso significasse pular cercas e cruzar rios.

#cyclocross racing in France

Em 1950, a UCI finalmente sancionou o primeiro Campeonato Mundial Ciclocross, 48 ​​anos após os primeiros campeonatos franceses.

Nesse caso a UCI mantém duas linhas de competições, similar ao MTB:

  • Copa do MundoA temporada do ciclocross sempre se inicia no final do ano, sendo um esporte de inverno, dessa forma a primeira temporada Copa do Mundo foi a 93-94.
  • Campeonato MundialJá o Campeonato Mundial é decidido em etapa única, e, como mencionado, a UCI começou em 1950.

Hoje, na Europa, EUA, Canadá e Austrália, o Ciclocross é uma das categorias que mais cresce no ciclismo (junto com o Gravel). E é um esporte dominado pelos belgas e holandeses.

O ciclocross tem paralelos com corridas de mountain bike cross-country e corridas de critério. Muitos dos melhores ciclistas migram para outras disciplinas de ciclismo (MTB e Estrada), e boa parte da popularidade do ciclocross vem do sucesso desses ciclistas como Mathieu van der Poel, Wout van Aert, Zdenek Stybar. No feminino é algo ainda mais prieminente onde temos a Pauline Prevot é campeã de tudo (MTB, estrada e Ciclocross).

As bicicletas de ciclocross são muito semelhantes às bicicletas de estrada: leves, com pneus um pouco estreitos e guidão drop. Elas são tipicamente diferenciadas por terem espaço maior para pneus, marchas mais leves, quadros mais rígidos, freios cantiléver ou freios à disco e posição de pilotagem mais agressiva. Eles também compartilham características com mountain bikes, em que eles usam pneus com cravos para tração e, cada vez mais, freios a disco.

A bikes para competições tem que ser leves, já que os competidores precisam carregar sua bicicleta para superar barreiras ou inclinações muito íngremes. Ver os ciclistas lutando por uma encosta lamacenta com bicicletas nos ombros é a imagem clássica do esporte, embora seções não pedaláveis sejam geralmente uma fração muito pequena da distância da corrida (só que são partes bem divertidas de assistir).

Eu, pessoalmente, praticoo o ciclocross desde 2014, por trilhas em São Paulo (basicamente o Parque do Ibirapuera e o Cemucam). E já corri quatro competições: Shimano Fest 2015, 2016 e 2017 e o Desafio Audax de Ciclocross na CIMTB em 2018. Foram 2 pódios!

Quem quiser conferir, eu filmei as quatro provas com cameras na frente e atrás da bicicleta:

  • Shimano Fest

  • Desafio Audax de Ciclocross da CIMTB