Rota
A rota é um desafio à parte, como o próprio nome diz, é uma “Corrida Transcontinental” com saída da Bélgica (continente europeu) e chegada na Turquia (continente asiático).
A organização só define os pontos obrigatórios de passagem. Os caminhos entre eles devem ser definidos pelo ciclista. Por isso a menção ao “desafio à parte”, pois montar esse trajeto, para um estrangeiro que não conhece todas as leis locais, as regras de trânsito e as melhores rodovias, acaba tornando a prova muito mais difícil.
Pontos de Controle
Haverá 4 pontos de controle obrigatórios na edição de 2016. As coordenadas serão fornecidas e impressas no cartão de controle (Brevet Card). Se a informação tiver algum conflito com alguma referência on-line, valerá a informação impressa.
O propósito básico dos pontos de controle são o registro e a validação das chegadas. O ciclista deverá apresentar o Brevet Card imediatamente à sua chegada para ser devidamente carimbado e seu tempo registrado (data e hora). Nos pontos de controle poderão ter serviços adicionais de alimentação ou hospedagem, mas não se deve assumir que terá esse “conforto”.
A organização e os voluntários poderão oferecer suporte nos pontos de controle, mas isso não é mandatório. Fora desses lugares, não se deve pedir ajuda a eles, somente se você for desistir. Em caso de desistência, o retorno é de responsabilidade do ciclista. Se algum familiar ou amigo quiser encontrar e dar um incentivo, isso deve ser feito somente nos pontos de controle.
Os 4 pontos de controle escolhidos foram cuidadosamente selecionados em pontos altos, com escaladas épicas, que exigirão dos ciclistas muita energia para alcança-los. Esta é uma prova para escaladores, não para velocistas (em inglês “race for climbers, not grinders”).
Pontos de Controle
Início // De Muur, Geraardsbergen, Bélgica
O “Muur van Geraardsbergen” ou “Parede de Geraardsbergen” é uma subida estreita e inclinada construída de paralelepípedos. Também é conhecida como Kapelmuur, Muur-Kapelmuur ou simplesmente Muur.
- Ponto de Referência: Muur Kapelmuur
- Cidade: Geraardsbergen
- País: Bélgica
- Altitude: 104 metros
A subida começa perto do rio Dender, a 18 metros de altitude e vai até 110 metros, depois de percorrer 1075 metros com 8% de inclinação média. Essa subida é frequentemente parte do Tour de Flandres.
PC1 // Puy du Dome, França
O primeiro controle será no volcão adormecido do Massif Central, após escalada da cidade de Clermont Ferrand. A rota livre de tráfego ao topo permitirá aos ciclistas uma bela vista do Massif e um senso incrível de escala antes de uma boa dose de Alpes.
- Ponto de Referência: Puy de Dome
- Cidade: Clermont Ferrand
- País: França
- Altitude: 1416 metros
PC2 // Furkapass, Suíça
O segundo controle irá incluir as mais longas Transcontinetal Parcous até agora, com 70 kms iniciando em Grindelwald, à sombra da face norte do Eiger, antes de subir novamente em uma estrada sem tráfego que segue a Trilha Eiger Ultra até Grosse Scheidegg. Os ciclistas iram seguir o Grimsel Pass até a base do Furkapass. Com suas galerias de estradas elevadas acima da montanha e o Hotel Belvedere encravado ao longo do glaciar Rhone (Reno), a fonte do rio de mesmo nome. Muitos devem reconhecer o local por ter sido locação do filme 007 em Goldfinger, de 1964.
- Ponto de Referência: Furkapass
- Cidade: Obergoms
- País: Suíça
- Altitude: 2418 metros
PC3 // Passo Giau, Itália
A corrida permanece nas alturas montanhosas para o terceiro controle. O percursos irá iniciar nos 1918 metros do Passo San Pellegrino e finalizar em um dos mais espetaculares passos das Dolomites. Passo Giau conecta Santa Lucia com Cortina d´Ampezzo e alcança 2236m sob o dramático pico de Nuvolau.
- Ponto de Referência: Passo Giau
- Cidade: Colle Santa Lucia
- País: Itália
- Altitude: 2234 metros
PC4 // Durmitor, Montenegro
O maciço Durmitor está localizada no nordeste de Montenegro, perto da fronteira com a Bósnia e Sérvia. A rota é tudo, menos plana, e não é a toa que é chamada de a terra de montes negros. Um país fantástico para pedalar. O percurso levará os ciclistas de Pluzine para Zabljak e antes de entrar no parque nacional eles irá cruzar o Lago Piva e escalar através dos túneis escavados na rocha e rodovias com refúgios de escalada até alcançar os 1907m do Sedlo Pass, ou como os locais o chamam, o “Assento de Deus, e finalizar em Zabljak.
- Ponto de Referência: Sedlo Pass
- Cidade: Zabljak
- País: Montenegro
- Altitude: 1907 metros
Chegada // Canakkale, Turquia
A chegada da quarta edição da Transcontinental Race será ao longo península de Galípoli para Çanakkale, a cidade mais próxima da antiga cidade de Tróia. Essa cidade histórica é um elo estratégico entre o Leste e o Oeste, a cidade tem território na Europa e na Ásia e conecta Dardanelos no seu trecho mais estreito com a Península de Anatólia.
O ponto de chegada é marcado no Saat Kulesi, uma torre, com um relógio Otomano, construído em 1897 com dinheiro do cônsul italiano e do mercador Vitalis, de Çanakkale.
Ponto de Referência: Saat Kulesi
Cidade: Çanakkale
País: Turquia
Altitude: 10 metros
Construção
O desenho da rota é um grande trabalho de pesquisa:
- Mapas Físicos: Atlas Rodoviário Michelin
- Mapas Eletrônicos: Google Maps, Strava, Ride With GPS, Open Street Map, etc
- E conversas… muitas conversas…
Ferramentas como o Google Street View e o Strava Heat Map tem sido grandes parceiros nesse trabalho. Por poder avaliar visualmente o trajeto e verificar por onde a maioria dos ciclistas do Strava costumam passar.
Outra grande vantagem das ferramentas eletrônicas é poder ter uma visualização do perfil altimétrico, e com isso antecipar às subidas ou mesmo procurar rotas para desviá-las.
Também tem as ciclovias, algumas muito longas, provendo rotas seguras e mais planas.
A previsão inicial é de uma rota total de 3.850 a 4.000 km, basicamente a distância entre Porto Alegre, RS a Belém, PA. E entre 55.000 e 70.000 metros de subida acumulada, mais de 6 vezes o Monte Everest.
A rota será construída e depois transferida para um GPS de ciclismo, provavelmente um Garmin Edge 1000, facilitando o acompanhamento da rota e evitando erros. O mapa físico é importante para tirar dúvidas gerais da rota e para garantir o caminho correto, caso a opção eletrônica falhe.
Rastreamento
Todos os ciclistas serão rastreados via satélite, através de GPS (posicionamento) e satélites de comunicação (monitoramento).
Nas edições anteriores esse trabalho de publicação da posição foi feito pela TrackLeaders com o uso de rastreadores da SPOT.
Esse rastreamento permite saber a localização de todos os participantes, para a própria segurança dos corredores e também para fiscalização da organização e voluntários. Numa prova tão longa e com tantas possibilidades de rota é complicadíssimo controlar pessoalmente cada atleta.
O rastreador reporta a posição a cada 5 minutos, em alguns casos pode falhar e ficar horas sem reportar. Nesse caso, o ciclista deve reportar sua posição através de um formulário pela internet e informar à organização o motivo que levou a ficar tanto tempo sem fornecer o posicionamento on-line.
Um outro ponto importante do rastreamento, além de dar tranquilidade para os amigos e familiares, é ajudar os competidores a compartilhar um pouco do desafio e progresso.