O Big Biker é uma prova de mountain bike muito tradicional na região Vale do Paraíba. Esse ano foi incluída uma nova categoria, melhor dizendo, uma nova modalidade de ciclismo na tradicional prova de MTB.


Para começar vou explicar o que é Gravel, em poucas palavras. Basicamente é um tipo de ciclismo, onde bicicletas, bem parecidas com as de asfalto, são usadas para andar em estradas de terra batida, normalmente sem obstáculos, e mais “roladas”. É uma modalidade que tem crescido muito fora do Brasil pela versatilidade, onde a bicicleta pode ser usada para andar na terra, no asfalto e fazer cicloviagens com pouca bagagem. Elas usam praticamente as mesmas peças de uma bicicleta de asfalto (bikes speed ou road), só que normalmente com freios à disco e pneus mais largos (entre 32 e 45 mm). Ela é bastante confundida com ciclocross, leia o artigo dos amigos do Bike Handling e entenda a diferença entre Cyclocross e Gravel.


Venho praticando esse tipo de ciclismo desde o final de 2013 e fazia um tempo que estava querendo fazer uma prova de Gravel, pedalar esse tipo de bicicleta com “sangue nos olhos”.

A etapa de Taubaté-SP do Big Biker foi a segunda etapa (infelizmente eu não pude participar da primeira em Itanhandú-MG), e ela tinha um percurso de 66 km e 1280 metros de subida. Éramos em 16 inscritos e 11 finalizaram a prova.

A largada foi neutralizada nos primeiros três quilômetros, assim que “abriu a porteira a boiada estourou”. Os gravelzeiros tiveram a vantagem de largar junto com a elite da categoria Sport, mas não consegui usar muito essa vantagem. Foi por autoproteção, ainda por causa do ombro, que ainda tenho alguns fios e que ainda não sei quando irei removê-los. Ainda há muita imprudência e inexperiência no MTB, onde a galera tem perna mas não tem cabeça e o acelera e freia torna muito perigoso, isso faz parte.

Fiz forte a primeira subida para manter à vista os concorrentes, éramos poucas, ficando fácil observar onde estavam. Eu não estou treinando regularmente durante a semana, fui num casamento no sábado e parei para ajudar um ciclista. Senti isso no final da primeira subida e tive que segurar o ritmo, tentar recuperar o fôlego e comer. Fiz isso e reduzi o ritmo para 80/90% do meu máximo. Me senti melhor e mantive nesse ritmo. Eu gosto de números e corri com sensor de potência e acompanhei o meu esforço por ele (quem quiser mais detalhes, deixe um comentário no post).

No meio da prova parei para ajudar um outro ciclista que tinha se acidentado e avisar a organização.

Uma coisa eu posso dizer, no plano as bikes Gravel voam! Ganham fácil das MTBs. Entretanto, perdemos feio nas descidas… Mas faz parte da diversão!

Eu terminei na sétima posição e feliz com o resultado. Foram pouco mais de 3 horas de prova e mais de 21 km/h de velocidade média!

Quem sabe numa próxima dê para beliscar o pódio (ciclista sempre tem uma boa desculpa para falar porque chegou atrás. eheheh).

A próxima etapa será no começo de julho em São Luis do Paraitinga-SP, essa vai ser dura, muitas subidas. Quero estar lá!

A bicicleta aguentou o tranco sem problemas. Fui com a Corratec AllRoad e realmente a geometria dela ajuda numa prova rápida como essa. Eu fiz bike fit com o Igor Laguens na quinta-feira antes da prova e ficou perfeito o ajuste. Muitos me perguntaram se a bicicleta é muito dura, muito desconfortável e digo que a combinação de: garfo de carbono, uma fita de guidão macia e mais grossa, um selim confortável (eu uso o Brooks C17) e um canote de selim de carbono, resolvem esse problema. E o quadro mais rígido (de alumínio) ajuda muito nas acelerações e subidas.

Eu vinha usando pneus 32 mm e achei que deveria ir com pneus tubeless (sem câmara) para evitar furos nas descidas (principalmente problema para as Gravels). No sábado eu montei um par de pneus 33 mm tubeless que tinha. Esse é o maior tamanho de pneus tubeless que tenho e não é o ideal para essa prova. Numa próxima, eu vou com um outro maior, com pelo menos 40 mm, para poder descer mais rápido e ter mais confiança nas curvas com terra solta. Não foi um problema, mas eu conseguiria andar mais rápido com pneus mais largos.

No final da prova, um sorriso por ter chegado inteiro, uma boa macarronada oferecida pela APAE de Taubaté e um mimo oferecido pela organização: bicicleta limpa!

A AllRoad vai voltar quase mais limpa do que veio. Valeu @bigbikercup pelo trato!

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