No final do ano passado passei o Natal na Pousada do Rio Quente, aproveitando o meu curto período de férias anuais com a minha esposa. E, logicamente, levei a bike para passear comigo.

Na correria não procurei informação dos bons pontos para pedalar na região, entrando em contato na última hora, por e-mail, com o Alex (amigo biker virtual do blog http://vnfcbikes.blogspot.com/). E perdendo também a oportunidade de descobrir as trilhas usadas o Desafio das Águas Quentes de MTB de 2009, sediado pelo resort.

Como não consegui muita coisa, abri o Google Maps e resolvi meter a cara e procurar uma estrada de acesso pela Serra de Caldas entre as cidades de Rio Quente e Caldas Novas, focando um objetivo: uma encosta de fundo do resort, queria muito chegar lá!

Na manhã de Natal, todos ainda descansando da ceia, eu observei as fotos de satélite da região, identifiquei um caminho, levei o celular com os mapas e o GPS ativo, e segui a rodovia do resort até a cidade de Rio Quente. Na entrada da cidade peguei um acesso de terra e fui contornando a Serra de Caldas.

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Pedalei entre fazendas e pastagens, chegando até a estrada que procurava. Tomei um susto bom! Era uma estrada muito antiga que não passava mais carros, estava abandonada. Observando o leito antigo do caminho vi muitas marcas de pneus de bicicleta, assumi que era “pedalável”.

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Uma estradinha cheia de sulcos de enxurrada, pedras soltas e um piso compacto e escorregadio, como se fosse grandes degraus em uma subida, o trecho mais técnico que pedalei até hoje, um MTB XC de verdade. Alguns pontos carreguei a bike até chegar numa estrada muito plana e reta. Eu estava no platô da serra, que era um grande planalto, com 300 metros de altura em relação a todo a região, uma formação muito interessante!

Mandei ver, segui até a primeira entrada à esquerda, continuei seguindo e peguei outra estrada larga à esquerda novamente. De acordo com o meu senso de direção estava indo para o caminho certo. Depois de 25 km e menos de duas horas de pedal estava no ponto tão desejado, chequei na encosta que almejava!

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Depois de contemplar o visual, pus me a procurar um caminho para o retorno. Os guias do parque comentaram algo sobre uma trilha a pé que dava no ponto onde estava, procurei uma picada e achei a trilha. Os primeiros 50 metros de descida foram tranquilos, empurrando a bike barranco a baixo. Depois de mais alguns metros comecei a carregar e faltando uns 500 metros da descida de 200 metros de altura vi que tinha feito uma grande besteira. A trilha era cheia de pedras soltas, com buracos da enxurrada e sem apoio. E para piorar estava molhada da chuva da noite anterior.

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Foi a pior escolha que fiz na minha vida de aventureiro, nunca passei tanto sufoco numa descida. O que me salvou foi as luvas e os cravos da sapatilha, além de muita paciência para descer a trilha tão íngreme, cheia de buracos, pedras e arrastando a bike como dava.

Enfim, cheguei ao final, cheio de arranhados, assustado com a descida, mas feliz por ter chegado ao fim!

Quero voltar lá e fazer as famosas trilhas pelo Parque Estadual da Serra de Caldas Novas.

Trajeto

http://vinicius.mobi/wp-content/rotas/2009.12.25.Serra.de.Caldas.gpx