Cancelei a minha assinatura da Revista Info, que assinava há alguns anos. E faz algum tempo estou contrariado com a abordagem da revista, seguindo modas e tendências que considero fracas.

Vejo a revista idolatrando produtos como o iPhone e o Android (sistema operacional do Google para dispositivos móveis), e outros inúmeros casos. Vejo muitas matérias superficiais e muito focadas numa realidade limitada a poucos. E essa superficialidade só confunde o consumidor, levando a uma base de conhecimento e subsídios fracos para as escolhas e compras.

A gota d’água para mim foi o artigo de John C. Dvorak (um colunista americano que escreve mensalmente para a revista) publicado na edição 280 do mês de junho de 2009 com o título “A Tecnologia da Crise: Netbooks e Smartphones são tendências irreversíveis.” O tema é extremamente atual e reflete uma tendência de mercado, só que os prognósticos são um pouco estranhos para mim.

A Nokia comprou a Symbian no meio do ano passado, e abriu a sua plataforma em forma da Symbian Foundation em 24/06/2008. A Microsoft continua desenvolvendo a sua plataforma Windows Mobile. E fora o movimento da comunidade Open Source com projetos como o openmoko. O Google está emplacando o seu Android. A Apple com o seu iPhone. A RIM se mantem forte com o Blackberry. Enfim, o mercado nunca esteve tão quente.

O que me estranho é Dvorak falar que vai restar somente o iPhone, Android  e Blackberry. Com que base? A Gartner fez uma pesquisa dizendo o contrário na minha opinião, a crise derrubou a venda de celulares e a concorrência bateu forte na porta da Nokia (isso é muito bom!). No Wikipedia o termo Smartphone dá uma visão bem interessante do mercado.

A dominação da Nokia e do Symbian está caindo, o mercado apresenta opções, mas matar o Symbian? Ainda mais depois da investida da Nokia associada a outros grandes fabricantes, é um pouco demais!

Eu tenho algumas idéias diferentes:

A Apple continua vendendo uma central multimídia que fala. Em algum momento ela vai aprender a fazer celular e largar de ficar liberando as funcionalidades com um conta gotas (isso vem acontecendo com 3G, Bluetooth, MMS, Vídeo Chamada, e assim vai.

O Android está amadurecendo e vai ser muito utilizado. A Symbian está abrindo o seu código e é uma plataforma extremamente madura. Porque não um dia se fundirem numa mega solução de mobilidade?

A Microsoft é Microsoft, um dia ela vai ver que precisará reescrever o Windows Mobile e aprender que um dispositivo móvel é diferente de um PC.

E, por fim, a comunidade de software livre sempre fará a nossa alegria com suas soluções gratuitas e geniais, por isso acredito na venda de um aparelho celular sem sistema operacional, onde vamos poder escolhe-lo depois.

O que acham?