Vou começar esse blog falando de um evento marcante para São Paulo, ocorrido no dia 25 de janeiro, data em que São Paulo fez 455 anos: o Bike Tour São Paulo.

História

É um evento que veio de Portugal, e no seu site tem a seguinte descrição e história:

O Bike Tour nasceu em 2006 na cidade de Lisboa com a travessia da ponte Vasco da Gama em bicicleta, e contou com a presença de cerca de 4000 participantes que contribuíram para o sucesso deste evento.

Os participantes, devidamente equipados com capacete e bicicleta, pedalaram ao longo de 13 km pela ponte Vasco da Gama. E como nesta prova não existem vencidos nem vencedores, todos eles levaram a bicicleta para casa.

Em 2007, fruto de um crescente envolvimento de organizadores, parceiros e entidades públicas e privadas, e dos resultados obtidos com a primeira edição, Lisboa voltou a ver um mega- pelotão de amantes da velocipedia de lazer. Porém, o conceito ganhou forma ainda mais abrangente com a realização da primeira iniciativa na cidade do Porto, nas margens do rio Douro.

Depois das cidades de Lisboa e Porto, em Portugal, ela foi para a Madri na Espanha. E esse ano cruzou o Atlântico para o Brasil. E sempre largando de pontes, por serem elos de ligação, de união de lugares e de pessoas.

Inscrição

Fiquei sabendo por acaso, através de um e-mail de um amigo citando uma notícia publicada no site Bike Magazine. Na hora me veio a pergunta: fazer a inscrição e levar a bike e todos os acessórios? Isso só pode ser piada de português. E não foi, tudo verdade!

Após ler o e-mail, expalhei a notícia para os amigos do trabalho e outros que gostam de bike, e já fui à concessionário Volkswagem mais próxima para fazer a inscrição. Como se diz por aí: fui pagar para ver. Fiz a minha inscrição e da minha esposa, procedimento bem simples. Recebi o comprovante e um boleto de pagamento, no valor foi de R$180,00, que dá direito a camiseta, capacete, mochila tipo Camelbak e a dita cuja bicicleta. Todos na hora ficavam se perguntando: será que a bicicleta é boa por esse preço? Vai ser uma “muvuca” 5 mil pessoas retirando as bicicletas no dia do evento? Vão fechar mesmo a Marginal Pinheiros? E assim foi, muitas indagações.

Foram disponibilizadas 5 mil inscrições, que se encerraram em menos de dois dias e meio. Isso porque a maior divulgação foi o popular “boca a boca”, só no último dia que teve uma reportagem da Globo sobre o assunto. Vi muitas pessoas que queriam gostariam de participar e não conseguiram. Creio que se tivessem 10 mil vagas, todas teriam sido preenchidas. Quem não gostaria de sair de bicicleta da Ponte Octavio Frias de Oliveira e ir para a USP – Cidade Universitária pela Marginal Pinheiros. É quase um sonho para quem sempre passa por ali, muitas vezes congestionado.

A retirada do kit foi feita no centro de distribuição da rede de concessionárias Volkswagem Sabrico, na Zona Norte de São Paulo. Um lugar incomodo pela distância. Só que tudo foi muito organizado, com retirada de senhas e pouco tempo de espera. Lá eu peguei a camiseta, identificação e todas as instruções, e paguei uma taxa de R$ 2,95, o custo do boleto de pagamento que não foi incluído pelo Banco Itaú no valor total. Por problemas com a alfândega não foi possível pegar o capacete. Nessa o governo federal pisou na bola, porque não liberar esses equipamentos com isenção tributária?

Cobertura

A Globo foi uma das patrocinadoras do evento e fez uma cobertura muito bacana, confira nos vídeos:

A ESPN cobriu muito bem o evento, falando de como foi por um jornalista participando, confira o vídeo nesse link.

A mídia impressa também não ficou de fora, colocando em suas capas fotos e citações sobre o passeio.

Trajeto

Como comentei, o passeio saiu da Ponte Octavio Frias de Oliveira (Estaiada) até Cidade Universitária (USP), com distância por volta de 10 km, muito plano e tranquilo. Possibilitando pessoas que não estão ativas no esporte terminar sem problemas.
Trajeto Bike Tour São Paulo

O dia

O meu irmão estava veio passar uns dias de férias em casa, e eu não tinha feito a sua inscrição. Tanto eu quanto ele queríamos muito que participasse. Pensei comigo: é impossível colocarem barreiras em toda a Marginal Pinheiros. E também é até uma injustiça com a massa que não conseguiu se inscrever e pode ir com as suas próprias bicicletas. Enfim, coloquei a bicicleta no carro e fomos (eu, ele e a minha esposa).

Chegamos bem cedo, por volta das 7:40. A saída estava prevista para 9:40. Estacionei o carro num estacionamento perto, entreguei a bicicleta para o meu irmão, constatamos que não tinha nenhuma barreira e que era possível entrar no passeio sem problemas. Nos dirigimos para o começo da ponte estaiada, na Av. Roberto Marinho. Aí comecei a me impressionar com a organização: tudo impecável! Nenhum tumulto. Foram criados quatro grupos divididos por cores, cada grupo em uma alça da ponte.

Pegamos o capacete e a mochila. E novamente fiquei surpreso. Na mochila vinha duas garrafas de água e mais uma de isotônico, além de uma bomba para encher pneu, uma chave de regulagem e uma medalha de participação. Logo que enchi a minha mochila ela começou a vazar, pedi a troca a ganhei sem problemas uma nova.

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Nos dirigimos para o nosso grupo, o verde, e no caminho vimos as bicicletas dispostas em toda a lateral da ponte, uma idéia bacana, que facilitou muito a retirada. Nessa hora vimos que montar e ajustar 5 mil bicicletas de médio custo tem o seu preço. Muitas estavam com pneus murchos, freios soltos, pedais mal colocados. A bomba e a chave foram providenciais nesse momento, e foi muito bacana ver o senso de coletividade, um ajudando o outro a deixar a sua bicicleta pronta para o passeio.

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Chegada a hora, por volta das 10 horas, saiu a massa de 5 mil ciclistas, uma imagem inesquecível, um marco para a história de São Paulo. Onde os ciclistas tomaram o lugar do carro por algumas horas.

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E onde ficou o meu irmão nessa história com a minha bike? Ele se agrupo a massa dos não inscritos, mais de 300 ciclistas. E foram de movimentando, chegaram perto da largada, a polícia, CET e organização não sabiam o que fazer, e acabaram liberando eles para entrar junto com a galera, se somando a massa pedalante. Logo em seguida eu o encontrei e seguimos juntos. Tudo muito tranquilo, e olhando o congestionamento ao lado, motivado pela curiosidade dos motoristas em ver aquela multidão, e também por ficarem somente com a via local da Marginal.

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Durante todo o percurso tinham grupos de mecânicos da organização fazendo ajustes e consertando as bicicletas que foram perdendo pedais ou estavam com pneus murchos.

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Para acessar a Ponte da Cidade Universitária mudamos para a via local da Marginal Pinheiros, interronpendo completamente o fluxo de veículos. Consegui registrar a Marginal sem nenhum carro, que sonho!

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A chegada na Cidade Universitária foi igual, tranquila e celebrada, com uma mensagem diferente, em vez de Chegada estava escrito Continue… Um incentivo para que continuem a pedalar e a utilizar esse meio de transporte com suas bicicletas. Fiz um pequeno vídeo da minha chegada:

Fotos

Aproveitei e tirei muitas fotos desse evento inédito e não é todo dia que se está num cartão postal da cidade de São Paulo, a Ponte Estaiada, que é proibida para pedestres e ciclistas (uma ignorância!).

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Enfim…

Espero que essas 5 mil bicicletas a mais por aí traga mais consciência aos motoristas, lazer, saúde e idéia de transporte alternativo.

O melhor de tudo é que já está confirmado o passeio para o ano que vem. Vamos esperar!

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